RESENHA│The Glory: Vingança, Violência e Justiça




Olá, nuvenzinhas! A resenha da vez é sobre o aclamado The Glory, o kdrama produzido pela netflix que trouxe uma narrativa intensa e crua que causou fortes emoções na dramaland. Eu gosto de histórias maduras e com o tom mais sério, então encontrei um prato cheio nesse drama, coisa que não tinha visto há algum tempo nos kdramas mais em alta. 

Vou buscar não entregar spoilers da história, apesar de eu adorar, acho que a experiência de ver o drama “zerada” é mais interessante. Confira abaixo tudo o que achei sobre!


FICHA TÉCNICA

Título Nacional: A Lição
Direção: Ahn Gil Ho
Roteiro: Kim Eun Sook
Elenco principal: Song Hye Kyo, Lee Do Hyun, Im Ji Yeon, Yeom Hye Ran, Park Sung Hoon e Jung Sung Il.
Gênero: Thriller / Drama / Melodrama
Episódios: 16 (parte 1 e 2)
País: Coréia
Lançamento: 2022
Disponível: Netflix | Girls Fansub | Doramogo



SINOPSE


Em The Glory, ou A Lição, acompanhamos a trágica história de uma mulher vítima de inúmeras violências da infância à vida adulta. Os episódios vividos na juventude se tornam o ódio visceral que a levará por uma jornada de vingança contra seus agressores.



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Protagonizado por Song Hye Kyo como Moon Dong-Eun, vemos a construção de uma personagem miserável em um mundo injusto, onde as diferenças sociais ditam quem deve ser o algoz e a vítima. Os abusos físicos e psicológicos mostrados no drama são intensos e baseados em fatos reais, talvez por isso a dor seja tão excruciante para os telespectadores. Pessoas sensíveis à violência explícita, como bullying pesado, precisam estar cientes de que tudo é mostrado sem romantização ou suavidade. 




Particularmente, a jornada da Moon Dong-Eun me causava aflição e euforia ao mesmo tempo, pois a narrativa mescla com maestria momentos do presente e do passado, explicando na cena seguinte o que você se perguntou na anterior. Mesmo tendo em torno de 50 minutos eu não notei os episódios passando, pois a necessidade de ver o desenvolvimento do “plano” da protagonista era mais forte. 

Essa personagem é bastante complexa, ela nos gera uma sede de justiça, e, sendo muito inteligente, ela nos proporciona a cada cena mais vontade de vê-la agir. Moon Dong-Eun me conquistou da mesma forma que conseguiu seus aliados verdadeiros: mostrando força na sua vulnerabilidade.




Fiquei encantada com a construção desse roteiro, e descobri que a roteirista é a Kim Eun Sook, a mesma de Goblin e Descendants of the Sun. Gosto do modo como ela desenvolveu os personagens, até os secundários têm um nível de desenvolvimento que nos faz simpatizar ou odiar. Uma coisa interessante nessa narrativa é que em nenhum momento a bola caiu. 

Todos os 16 episódios são interessantes, densos, cheios de perspectivas e emoções, nenhum passa batido pois são fundamentais para a construção da vingança. Para falar a verdade, eu não esperava nenhum romance, mas em determinado momento me vi torcendo tanto para que a nossa protagonista conhecesse o afeto e a gentileza, então mesmo não sendo o foco ou interesse, não pude deixar de apreciar quando alguns indícios apareceram.




Outro ponto que me atraiu bastante foi a construção da paleta e a fotografia. Esse drama é melancólico apesar de não ser parado, então as cores das roupas para a Moon Dong-Eun eram sempre neutras, escuras, sem nenhum acessório, revelando a forma como ela se sentia por dentro: vazia, sem cor, sem sonhos, sem pensar em si como uma pessoa além da alma destruída. Enquanto isso, outros personagens faziam uma clara oposição a ela, o que causava contrastes interessantes nas cenas. 

A fotografia de The Glory segue a mesma premissa: tons escuros e neutros para as cenas de sofrimento, alguns pontos de cor ou luz para os resquícios de esperança. Inclusive, é muito interessante como essa fotografia muda quando o tom das ações da protagonista mudam também, principalmente no final.




O drama saiu em duas partes no final de 2022 e isso por si só já foi um grande alvoroço. Não sei vocês, mas eu não gosto dessa coisa de dividir o drama em partes e lançar com uns meses de diferença. Sei que é uma jogada de marketing para manter o tópico quente, mas comigo não cola. Nem assisto drama em lançamento porque eu amo fazer maratonas! Espero que essa moda não pegue e parem de fazer isso logo.

Esse trabalho foi uma forte aposta da Netflix para bombar o catálogo, já estamos acompanhando esse movimento do streaming há algum tempo, parece que perceberam a mina de ouro das produções asiáticas. Só espero que não inventem de ocidentalizar as produções. A gente sabe que os dramas tem um gostinho diferente. Eu realmente gostei muito da produção de The Glory e espero poder ver mais coisas desse nível no futuro da Netflix. Existe muito potencial nesse tipo de Original.




Como ficou bem claro, eu amei esse drama, porém acredito que não é uma história para todo mundo. As questões retratadas podem gerar gatilhos, então não ultrapassem seus limites, tudo bem?

The Glory (a Lição) está disponível dublado e legendado pela Netflix, mas você também encontra apenas legendado em fansubs. Boa Maratona!